Escola Municipal Roraima na Conquista de Aprendizagens : Aventuras do Pensamento no Centro Cultural da Caixa Econômica

ENCONTRO COM CIENTISTA NO C.CULTURAL DA CAIXA

O projeto:


O projeto Aventuras do Pensamento propõe um modelo pioneiro de encontros entre grandes pensadores do nosso tempo e o mais exigente e provocador dos públicos: o das crianças e adolescentes, que participam dessas conversas junto com suas famílias. As edições anteriores, realizadas em 2016 e 2017, também na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, trataram de temas como filosofia, antropologia, urbanismo, comunicação e moda, sempre com grande sucesso de público.

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Programação:

9 de novembro (sábado)
11h - Uma jornada pelo universo, com Mario Novello, cosmólogo, professor emérito do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
https://www.facebook.com/events/701115770382492/

16 de novembro (sábado)
11h - Por que acreditar na ciência?, com Tatiana Roque, professora de Matemática da UFRJ
https://www.facebook.com/events/607828336657983/

23 de novembro (sábado)
11h - Democracia, com Marcos Nobre, professor de Filosofia Política da Unicamp
https://www.facebook.com/events/469354193930996/

30 de novembro (sábado)
11h - Futebol, com José Miguel Wisnik, escritor e professor de Literatura da USP
https://www.facebook.com/events/2388419968079012/

7 de dezembro (sábado)
11h - Conversas com a Montanha, com Ailton Krenak, líder indígena e escritor
https://www.facebook.com/events/785170038601048/

14 de dezembro (sábado, sessão dupla)
11h - As palavras e a liberdade, com Elisa Lucinda, escritora, poeta e atriz
https://www.facebook.com/events/1402764793237042/

15h - Por que falar em descolonização?, com Suely Rolnik, psicanalista, crítica de arte e professora da PUC-SP

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SUELY ROLNIK- POR QUE FALAR EM DESCOLONIZAÇÃO?

POR QUE FALAR EM DESCOLONIZAÇÃO?

No século XV os brancos da Europa Ocidental encontraram outros povos, habitantes de regiões do planeta que lhes eram até então desconhecidas. Parte do processo de colonização, este encontro foi marcado por um certo tipo de relação em que os brancos não se deixaram afetar pelo modo de vida e pela visão de mundo dos indígenas. Afinal, para os europeus, os habitantes originais daqui eram meros objetos, usados a serviço de sua necessidade de acumular riquezas, poder e prestígio.

Os brancos que aqui chegaram estabeleceram o mesmo tipo de relação com as terras, as minas, as florestas, as águas. E também com os africanos, trazidos como escravos para trabalhar gratuitamente. Assim nasceu nosso país, que eles chamaram de Brasil.

Para justificar essas práticas inventou-se a noção de “raça”. No século XIX, com o advento da ciência positivista, a ideia de raça passou a referir-se a diferentes graus de evolução e complexidade biológica de modo que uma hierarquia imaginária entre os diferentes povos adquiriu o certificado de verdade científica. Tudo isto ajudava a justificar a exploração dos povos supostamente “inferiores”: acreditava-se que esses povos eram menos inteligentes e que sua exploração já era um favor que os brancos lhes faziam. Isso valia não só para a relação com os negros e indígenas, mas também para as relações de classe e de gênero.

Mas se tudo isso aconteceu há muitos anos, de que nos serve lembrar disso tudo hoje em dia? É que este tipo de relação nos funda e nos marca até hoje, nos mantendo blindados aos efeitos da presença viva do outro. Isso nos mantém na ignorância em relação a uma série de conhecimentos da vida e daquilo que ela nos pede para poder perseverar. Estamos destituídos de um tipo de conhecimento que só podemos entender ao descolonizar nossa relação com os os corpos vivos que compõem a biosfera. Nesse encontro vamos falar desses outros conhecimentos e da ideia de descolonização com a ajuda de quatro palavras muito interessantes que descobri na língua guarani e gostaria de compartilhar com vocês.

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